“Se fosse hoje voltava a dedicar-me da mesma forma”

A elevação de Oliveira de Azeméis a cidade 
“Eu gosto mais de trabalhar do que falar, de fazer obra do que ver a obra. E não desisto se vejo que ela é de interesse. (…) Na altura em que surgiu a proposta para elevação a cidade, fui eu que o fiz. Debati-me por isso e recordo-me da justificativa, se nós tínhamos ou não condições para cidade. Eu disse ‘de certeza que os outros se candidataram na mesma situação’. Eu não queria ver foguetes estralejar aqui perto de nós e Oliveira de Azeméis a apanhar as canas. (…) Recordo-me, como se fosse hoje, as pessoas a acorrerem ao fim da tarde e de ter sido eu a ter a honra de içar a bandeira do município pela primeira vez como cidade, com os quatro castelos. (…)”

O trabalho em prol de Oliveira de Azeméis
“Os mandatos autárquicos passaram de três para quatro [anos] e no final do mandato do saudoso Ramiro Alegria, vieram-me outra vez lançar o desafio. E Oliveira de Azeméis estava a perder um bocadinho e nessa altura a nossa ideia era fazer obra e com outro saudoso, o Ângelo Azevedo, ombro a ombro, conseguimos muita coisa nesse mandato por Oliveira de Azeméis. (…) Aí fez-se muita, muita obra, há duas que eu me recordo e sinto um certo orgulho, porque hoje interrogo-me se pelo menos uma daquelas artérias não existisse, como é que se circulava em Oliveira de Azeméis. Estou a falar da Avenida D. Maria. (…) A obra já não foi concluída comigo, porque, entretanto, saí, abandonei, aposentei-me (…).” 

Ângelo Azevedo e a “câmara dos 300”
“O Ângelo Azevedo era uma pessoa extremamente simpática e, como tal, era recebido com um carinho muito especial e isso levou a que ele tivesse conseguido muita coisa por Oliveira de Azeméis. Eu de um lado e ele do outro, posso dizer, fizemos um rico par! (…) Lembro-me até que, na altura, éramos chamados, a câmara dos 300, porque ganhámos por 300 e tal votos. Na primeira eleição do Ângelo Azevedo, quando saímos desse mandato, ficámos com quatro vereadores, o PS com outros quatro e o CDS com um. A seguir, terminado o nosso mandato, metemos 7 vereadores. É sinal que se fez muito e o povo sabe reconhecer. (…) A obrigação dos autarcas, após serem nomeados ou aceites para tal cargo, é empregarem-se a sério e darem o máximo. (…) Eu não sei de onde é que [o espírito para lutar por Oliveira] arranca, sei que existia dentro de mim, que o vivi e que se fosse hoje, voltaria a fazer o mesmo, a dedicar-me dessa forma.”

“O velhinho com a experiência da vida acumulada”
“O velhinho com a experiência da vida acumulada tem muitas coisas para nos ensinar e os jovens têm muita para nos ensinar e nós temos a obrigação de os ensinar a eles, porque só com uma juventude bem formada é que o país pode ir por diante. (…) É preciso ir lá para dentro em prol de todos aqueles que são do nosso partido e daqueles que não são. Eu tive esta intervenção na Bento Carqueja, na altura do 25 de abril, quando eu fui eleito pela primeira vez para o Conselho Diretivo, isto estava tudo partido, estávamos no Pós-25 de Abril. Então eu fazia um pedido: ‘Meus caros amigos, eu vou-vos pedir uma coisa, todos nós temos a nossa queda por uma determinada cor política, mas, eu faço isto, quando entro deixo pendurada à entrada da porta, quando saio volto a levar.’ (…) Não conheço, nem nunca li nenhum guia que nos ensine a ser um bom líder, o líder para mim tem de ser aquilo que faz tudo ao seu alcance para atingir os melhores objetivos. (…) Estou satisfeito, acho que fiz o que devia fazer, com toda a aplicação e todo o altruísmo. Que Oliveira de Azeméis cresça, cresça mais e isso só é possível com a força de todos nós.”